segunda-feira, 2 de novembro de 2009

"Fora de qualquer critério de dignidade"

A titular da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), Izolda Cela, reconhece que ainda há salários ``completamente fora de qualquer critério de dignidade`` nas redes municipais. ``O Ministério da Educação trabalha com o dado de que praticamente 60% dos professores de redes públicas no Brasil não recebiam o valor proposto pela lei do piso. Eu penso que as redes estaduais, em geral, já tinham um valor total aproximado a ele. Mas isso não é realidade quando você considera o contexto mais geral de professores de redes públicas, principalmente nas redes municipais``.

Ela explica que o Estado não pode interferir na autonomia das gestões municipais, mas que a Seduc discute a questão do salário dos professores com as prefeituras em espaços como o Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic). ``Para que tenhamos os resultados que precisamos, temos que direcionar ações para a valorização do magistério``, frisa. Na rede estadual, os professores com carga horária de 40 horas têm salário inicial de R$ 1.327,66. A secretária afirma que a remuneração não é a ideal, ``mas, no que determina a lei do piso, estamos numa condição bastante confortável``.

De acordo com o censo dos professores divulgado este ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, a maior parte dos professores cearenses na educação básica, tanto em rede pública como em rede privada, é empregada pelos municípios. Foram contabilizados 52.727 em 2007. Já o Estado contrata, atualmente, 21.957, entre efetivos e temporários.

O POVO entrou em contato, também, com a União dos Dirigentes Municipais de Educação do Ceará (Undime) para conseguir informações sobre a situação salarial das redes municipais. Foi pedido que as perguntas fossem enviadas por e-mail. No entanto, até sexta-feira não houve resposta sobre as perguntas enviadas.

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