domingo, 13 de junho de 2010

Continuam investigações em Juazeiro do Norte no Ceará.

Repercutem em Juazeiro do Norte e em todo o Cariri as entrevistas coletivas concedidas esta semana pelo Delegado Regional de Polícia Civil de Juazeiro do Norte, Dr. Levi Gonçalves (quarta-feira) e pelo Prefeito Dr. Manoel Raimundo de Santana Neto (quinta-feira) quando trataram sobre o processo do rapto e agressões sofridas por Gilvan Luiz, editor do Jornal “Sem Nome”, fato ocorrido em 20 de maio, quando a vítima chegava ao CEJA (Centro de Educação de Jovens e Adultos). Dr. Levi, de acordo com as investigações, apontou como autores do rapto e agressões os guardas municipais Regilânio Pajeú dos Santos e Cícero Segundo Sampaio que estavam prestando serviços como segurança do prefeito. Este, por sua vez, rebateu críticas que adjetivou de “levianas” por parte de alguns.

A linha de investigação do delegado é clara e cristalina, pautada em muito equilíbrio, ética e avaliação minuciosa de detalhes que lhe levaram a indiciar além dos dois guardas municipais a pessoa de Admilton Alves Vieira, dono do veículo corola de placas HWJ – 8602, inscrição de Porteiras. O carro abandonado na Rua Mocinha Sobreira Dias, travado, sem sinais de arrombamento, apontaram para uma versão diferente da apresentada por seu proprietário de que o veículo teria sido roubado em Jardim. As imagens das câmeras de vídeo que monitoram a cidade apresentaram o veiculo saindo de Jardim e guiado por Regilânio. Embora o Cícero Segundo afirme que teria perdido seu celular, o aparelho encontrado no interior do veículo é o seu, segundo as investigações.

Sobre o possível envolvimento de Dr. Santana, o delegado Levi, afirmou não haver nada em termos criminais “desfavoráveis ao prefeito mesmo os autores sendo próximos dele”. “Não posso ser responsável criminalmente por aquilo que meus filhos fazem” exemplificou Dr. Levi sobre o caso. Os acusados alegam inocência nos crimes. Dr. Levi lembrou que o processo consta de mais de duzentas páginas, que mais de 30 pessoas foram ouvidas e que todo o trabalho está sendo acompanhado pelo Diretor de Departamento de Polícia do Interior Tales Franco. Ele voltará a se reportar sobre o assunto no dia próximo dia 20 quando pretende anunciar oficialmente o nome do autor intelectual do crime.

Armação política

O prefeito de Juazeiro do Norte ao reunir a imprensa afirmou catedraticamente que considera todo o evento e a sua conotação como armação política. “Há quem interessa isso? Prá mim não é!” Indagou aos presentes e respondeu ao mesmo tempo, acrescentando também haver “um jogo de interesses”. O prefeito lembrou também ter uma formação religiosa que condena todo e qualquer tipo de violência. Frisou ainda sua militância política junto aos segmentos populares que difere das acusações que fazem contra ele na atualidade. “Recebo democraticamente as críticas construtivas e aquelas que são difamatórias eu procuro meus direitos na Justiça”, explicou.

Dr. Santana disse que pediu todo empenho da Secretaria de Segurança Pública do Estado para identificar e prender os autores e elogiou o trabalho do Dr. Levi Gonçalves. Ele criticou ainda os que exaustivamente transformam o ato de violência em ato político com objetivo de prejudicá-lo, bem como sua administração. Dr. Santana disse que se sente traído. “Se for comprovado isso é uma traição. Isso em nada me ajuda. Não consigo tirar da cabeça que isso é uma farsa para me prejudicar. Sou do debate político e não entendo isso”. O prefeito disse estar com a consciência tranquila nesse episódio e criticou os que estão usando o fato nos meios de comunicação “como palanque político, ilesos e completamente sadios”.

Manoel Santana disse que não vê dentro do seu partido e da gestão “ninguém com capacidade de fazer uma coisa dessas”. Ele fez uma pesada crítica. “Agora fora eu vejo. Tem gente por ai que tem inclusive antecedentes, que tem parentes que fizeram armações com jornalistas lá em Fortaleza e que se o pessoal rememorar vai encontrar na história do jornalismo quem são essas pessoas. Eu tenho minha consciência tranquila”, afirmou. Ele disse que o fato ganhou exploração política e por isso ganhou essa visibilidade. “Lógico que Dr. Salviano vai deitar e rolar em cima disso. Deputado Vasques Landim vai deitar e rolar em cima disso, mas eles olhem para o passado deles que vão encontrar prática disso ligada a eles”, ressaltou. Os guardas municipais acusados estão afastados de suas funções.


Nenhum comentário:

Postar um comentário