sexta-feira, 23 de julho de 2010

CORRUPÇÃO É COMBATIDA COM APOIO POPULAR

Participando da Conferência Latino-Americana sobre Responsabilidade Corporativa na Promoção da Integridade e no Combate à Corrupção realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU), em São Paulo, especialistas representantes de governos latino-americanos que trabalham no combate à corrupção afirmaram que o combate à corrupção não é consumado apenas com a punição dos corruptos, mas, principalmente, com a participação ativa da força popular.

O governo sozinho não tem condições de dar grandes passos. É necessário a ajuda da comunidade”, considerou Carolyn Ervin, diretora de Assuntos Financeiros e Empresariais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para ela, é difícil para qualquer país conter a posse do dinheiro público sem a participação do apoio público.

Todos acreditamos que a corrupção deve ser combatida e erradicada, mas poucos se constrangem ao dar 10 dólares para um policial quando é pego sem um documento qualquer”, observou o secretário de Transparência, o equatoriano Juan Sebastián Roldán, para quem só desenvolvendo o sentido social crítico da população é possível acabar com a tolerância à corrupção.

O grande problema da corrupção ocorre no momento em que a população a toma como um fato comum, e a partir de então torna-se resignada, visto que para ela a corrupção passa a ser normal. Essa a opinião de Salvador Vega-Casillas, ministro da Administração Pública do México.

No Chile, pesquisa realizada entre empresários mostrou que as principais causas para condutas desonestas são: sistema judicial ineficiente, sanções irrisórias, falta de transparência em decisões públicas, procedimentos administrativos inadequados e baixos salários dos funcionários.

Também os empresários acreditam que as causas para impunidade são: complexidade do tipo de crime que muitas vezes é difícil encontrar provas, a demora na apuração, a irresponsabilidade de chefes e superiores, a falsificação de documentos, sanções leves e a falta de denúncias.

Para a advogada Paola Callieri Larrañaga, da Superintendência de Valores e Seguros do Chile, que entende que é mais barato controlar a corrupção que investigação de atos ilícitos, “apenas 15% dos casos são denunciados e, desses, apenas 50% resultam numa penalidade. Por medo de represálias ou por não terem provas”.

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