terça-feira, 21 de setembro de 2010

Denúncia da revista Veja.

“Integração cearense” teria desviado R$ 300 milhões

21/09/10
Uma reportagem, publicada neste fim de semana pela revista Veja, envolveu o governador Cid Gomes, o irmão dele, o deputado federal Ciro Gomes, e o deputado estadual Zezinho Albuquerque. Segundo a denúncia, teriam sido desviados R$ 300 milhões dos cofres públicos.
De acordo com a Veja, arquivos escontrados pela Polícia Federal (PF) no computador do empresário Raimundo Moraes Filho, que foi preso por cinco dias em dezembro, revelaram um desvio de verba de R$ 300 milhões de prefeituras do Ceará.
Segundo a denúncia, o esquema, que teria funcionado até o fim do ano passado, começou em 2003 quando Ciro Gomes era ministro da Integração Nacional. O ministério repassaria recursos para as prefeituras que licitavam obras sempre vencidas pelas empresas de Moraes Filho.
A verba seria dividida entre ele e o deputado estadual Zezinho Albuquerque. O dinheiro seria recolhido pela assessora parlamentar dele, Maria Lúcia Martins. Ela foi presa em junho com outro funcionário da Assembleia Legislativa e um empresário, quando a Polícia Federal apreendeu computadores e documentos no gabinete do deputado.
Na ocasião, a PF divulgou que a operação era para investigar o desvio de verbas em, pelo menos, 10 prefeituras. Hoje, a assessora, que foi solta e voltou a trabalhar, não foi encontrada na Assembleia.   
Segundo a reportagem da revista, os arquivos encontrados no computador do empresário Moraes Filho também teriam comprovado que parte do dinheiro do esquema envolvendo as prefeituras ajudou a custear as campanhas de Cid Gomes a governador e de Ciro Gomes a deputado federal em 2006 e, depois disso, o dinheiro passou a sair dos cofres  do Governo estadual.
Em nota, o governador Cid Gomes rebateu as acusações. Disse que “nunca teve relacionamento” com o empresário Raimundo Moraes, que “a revista Veja mentiu” e que “vai acionar a Polícia Federal para saber se existe inquérito em nome dele”. Também informou que “vai adotar medidas jurídicas contra os que produziram tais mentiras”.
Em nota, o deputado federal Ciro Gomes negou e repudiou as acusações e afirmou que vai tomar providências jurídicas. O deputado estadual Zezinho Albuquerque não foi encontrado para falar sobre o assunto. Raimundo Moraes Filho, apontado como articulador do esquema, também não foi localizado.

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