segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Policia Federal indicia jornalista no caso da violação de sigilo.


Segundo o depoimento, dossiê foi fruto de guerra interna entre os tucanos Aécio (esq.) e Serra

O jornalista Amaury Ribeiro Jr. foi indiciado na segunda-feira, por quatro crimes no caso que investiga a violação do sigilo fiscal de dirigentes tucanos e familiares do candidato José Serra (PSDB). A Polícia Federal, que investiga quem ordenou e pagou pela quebra ilegal dos sigilos, indiciou Amaury após o quarto depoimento prestado por ele. Para a PF, o jornalista cometeu violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documento falso e dar ou oferecer vantagem a testemunha.


Em depoimento com cerca de seis horas de duração, Amaury confirmou o conteúdo das informações prestadas à Polícia Federal anteriormente - como o fato de ter encomendado informações de pessoas ligadas a Serra. Amaury, entretanto, ficou calado na maioria das novas perguntas.


O despachante Dirceu Rodrigues Garcia declarou à polícia que o jornalista o contratou para obter informações fiscais sigilosas de familiares e aliados de Serra. Essas informações teriam sido encomendadas pelo jornal O Estado de Minas, e serviriam para proteger o tucano Aécio Neves contra outro dossiê, montado por um "grupo de inteligência" ligado a José Serra, e capitaneado pelo ex-delegado da PF e deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ). Na época, os então governadores de São Paulo e de Minas disputavam a indicação do PSDB à disputa pela Presidência da República.


Garcia afirma ter recebido R$ 12 mil em dinheiro de Ribeiro Jr. em outubro de 2009. No mês passado, alega ter recebido mais R$ 5.000. No depoimento anterior que concedeu à PF, o jornalista não esclareceu se recebeu ou não orientação para investigar tucanos. Ele apenas afirmou que iniciou a apuração porque soube que uma equipe liderada por Itagiba estaria montando um dossiê contra Aécio.

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