terça-feira, 12 de julho de 2011

Servidor afastado dos Transportes constrói casa de 1.300 m² no Distrito Federal.

Mauro Barbosa, funcionário público de carreira, era chefe de gabinete do ministro Alfredo Nascimento; é sobrinho do Juquinha, presidente da Valec, também demitido pela presidente.


Foto: Celso Junior/AE – 05.07.2011
Casa que Mauro Barbosa está construindo no Lago Sul, em Brasília.


BRASÍLIA - Afastado pela presidente Dilma Rousseff como um dos envolvidos no suposto esquema de cobrança de propina do Ministério dos Transportes, o servidor público Mauro Barbosa da Silva está construindo uma casa de 1.300 metros quadrados na privilegiada área do Lago Sul, na capital do País. Pelo tamanho e pela proximidade do imóvel do Lago do Paranoá, corretores avaliam que a construção custará cerca de R$ 4 milhões.

Casa de 1,3 mil metros quadrados fica em área nobre.

Barbosa era até a semana passada o chefe de gabinete do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. De acordo com reportagem da revista 'Veja' que motivou seu afastamento e de mais três integrantes da cúpula do ministério, ele seria "o dono da chave do cofre". Mauro Barbosa é sobrinho de José Francisco das Neves, o Juquinha, afastado da direção da Valec também por determinação da presidente Dilma.

A obra está em ritmo acelerado, a ponto de o engenheiro responsável, Rodrigo Gabriel da Silva, prever que estará pronta em seis meses. Menos otimista, Barbosa acredita que a previsão só se confirmará "se tudo correr bem, conforme Deus queira".

Certidão do cartório de imóveis mostra que ele e sua mulher, Gloraci Barbosa, compraram o terreno em novembro de 2009 por R$ 600 mil, quando a avaliação na época superava R$ 1 milhão. O mesmo documento mostra que o casal fez um empréstimo de R$ 400 mil na Caixa Econômica Federal (CEF).

Mauro Barbosa credita a esse financiamento, a outro empréstimo que diz ter feito no Banco do Brasil, sem revelar o valor, e à venda por R$ 1,5 milhão de um apartamento no ano passado, o dinheiro aplicado na construção da casa. Ele informa que tem outro apartamento no Plano Piloto, alugado para "pagar a prestação" e que mora de graça na casa de uma amiga da família, depois de ter continuado residindo no apartamento que vendeu, graças à gentileza da compradora, "uma servidora da Caixa".

Servidor de carreira da Controladoria Geral da União (CGU), ele afirma que a sua obra, por ter ele próprio como encarregado, ficará em torno de R$ 2,1 milhões. "É a gente mesmo que está fazendo, sou engenheiro civil, é uma obra sem muita coisa, não tem telhado, as aberturas são muito grandes, eu vou colocar vidro", justifica. Pelas suas contas, se estivesse nas mãos de uma empreiteira aí, sim, o valor dobraria "porque tem o lucro, tem taxas, comissões". "Você mesmo fazendo é outra Coisa".





CGU vai apurar denúncia de enriquecimento ilícito de ex-chefe de gabinete dos Transportes.


A Controladoria-Geral da União (CGU) vai investigar as denúncias de enriquecimento ilícito de Mauro Barbosa, ex-chefe de gabinete do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. A CGU, por meio de sua Corregedoria-Geral, constituiu nesta terça-feira, 12, comissão para fazer Sindicância Patrimonial.


A portaria será publicada na edição da quarta-feira, 13, do Diário Oficial da União, e a comissão tem 30 dias de prazo para concluir os trabalhos.
Barbosa é analista de finanças e controle da própria CGU, mas está afastado do órgão há mais de sete anos, durante os quais exerceu várias funções, inicialmente na Câmara dos Deputados e posteriormente no DNIT e Ministério dos Transportes.


No último dia 6, o Estadão.com.br mostrou que Barbosa, afastado pela presidente Dilma Rousseff como um dos envolvidos no suposto esquema de cobrança de propina do Ministério dos Transportes, na capital do País. Pelo tamanho e pela proximidade do imóvel do Lago do Paranoá, corretores avaliam que a construção custará cerca de R$ 4 milhões.


Mauro Barbosa havia encaminhado carta à CGU, colocando-se à disposição para prestar esclarecimentos, informações e apresentar documentos necessários ao esclarecimento dos fatos.


Fonte Estadão

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