domingo, 21 de agosto de 2011

Dilma retoma prática de intolerância à corrupção.

Para especialistas, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula foram bem mais tolerantes à corrupção.

 
Segundo especialistas, desde a gestão do ex-presidente Itamar Franco que não se via uma postura tão dura de combate a mal-feitos no Governo Federal. Comportamento visto como "novidade" no atual contexto político.


A grande quantidade de denúncias de corrupção envolvendo o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) revelou no meio político o que não se via há mais de 16 anos, segundo avaliação de cientistas políticos. Os especialistas apontam que Dilma tem reagido a denúncias e crises de maneira mais enérgica e rápida do que fez os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1994-2001) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2002-2010), diante de situações semelhantes.

Em apenas oito meses de governo, a presidente já exonerou quatro membros de sua equipe de ministros – três, por motivo de suspeita de corrupção -, além de ter promovido uma série de outras demissões em diferentes setores, como aconteceu no Ministério dos Transportes, em que nada mais nada menos de 28 pessoas perderam seus cargos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). por exemplo - alvo constante de denúncias de desvios de verbas públicas-, teve sua direção totalmente remodelada.

Na história recente não se viu tanta demissão em tão pouco tempo de exercício de um governo. “Essa postura de Dilma representa uma novidade no meio político porque tanto Lula quanto FHC enfrentaram esses mesmo problemas, que estão relacionados aos loteamentos dos cargos, e agiam de modo diferente. Já a Dilma está chamando a atenção dos partidos políticos e sinalizando que não pode ser assim, que não vai aceitar corrupção”, avalia o cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB).

“O Lula, por exemplo, deixava passar muita coisa, era muito tolerante e não dava muita atenção para esse tipo de problema”, analisa o pesquisador.

Intolerância ao erro

Neste cenário, são muitas as leituras feitas diante da “novidade” que se revela na política nacional. Para o professor Leonardo Barreto, pesquisador de ciência política da UnB, as medidas enérgicas de Dilma se explicam em três razões: primeiro, segundo ele, Dilma está deixando claro para todo seu governo que não está disposta a arcar com o desgaste político ocasionado pelas crises e denúncias em setores específicos. Por isso a quase total intolerância ao menor indício de corrupção.

A presidente também estaria, de acordo com o pesquisador, mostrando que seu governo tem caráter centralizador, no melhor estilo “quem manda aqui sou eu”. “Além disso, ela (Dilma) também mostra para todo mundo que não tem medo de agir”, explica Leonardo. (Pedro Alves - pedroalves@opovo.com.br)

Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA

A presidente Dilma decidiu pôr em prática um estilo que difere em muito ao de seus antecessores quando o assunto é o combate à corrupção. Não há espaço para complacências, mesmo que isso possa trazer turbulências na base aliada.


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