quinta-feira, 8 de setembro de 2011

7 de setembro: povo na rua, governo no palanque.

 
Presidente Dilma liderou os desfiles militares acompanhados por milhares de pessoas; mas também em Brasília, São Paulo e outras capitais, grandes marchas contra a corrupção mobilizaram o povo; ira e humor em atos pacíficos  
Neste 7 de setembro, todos cumpriram seu papel. A presidente Dilma Rousseff e seus ministros compareceram ao tradicional desfile da Independência, que foi acompanhado por cerca de 40 mil pessoas em Brasília. Também na capital federal, e no resto do país, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar pacificamente por um Brasil melhor, sem corrupção. O dia não foi apenas de protestos contra os políticos, mas também de apoio à “faxina” que a presidente Dilma teria iniciado ao aceitar os pedidos de demissão dos ex-ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Wagner Rossi (Agricultura), num processo que teria culminado na limpeza dos ministérios em questão. Em Belém, também sobrou para a usina de Belo Monte, que está sendo construída no Pará.

Entre os pleitos dos manifestantes que foram às ruas nesta quarta-feira estiveram principalmente críticas à absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) pela Câmara dos Deputados – a parlamentar foi gravada recebendo dinheiro do operador do mensalão do DEM, Durval Barbosa –, e ao voto secreto, que permitiu a absolvição da deputada. As marchas também defenderam a votação do projeto de lei apresentado no Senado que considera a corrupção crime hediondo e exigiram a aplicação da Lei da Ficha Limpa.

Cerca de 25 mil pessoas, segundo cálculo do comando da Polícia Militar do Distrito Federal, participaram da Marcha contra a Corrupção na Esplanada dos Ministérios durante o desfile de comemoração do 7 de Setembro. Organizado por meio de redes sociais na internet, o protesto alcançou até o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.

A manifestação começou tímida na Catedral de Brasília, por volta de 9h, com duas mil pessoas, mas foi crescendo com a adesão de quem foi assistir ao desfile oficial do outro lado da rua. A marcha andou por toda a Esplanada, passou pela Praça dos Três Poderes, e terminou em frente ao Ministério da Justiça. "Nosso balanço é de pelo menos 25 mil pessoas, muita gente acabou aderindo", disse a major Ana Luiza, que faz parte do comando do efetivo da PM do DF no evento. Não houve incidentes.

Vestidos de preto e com narizes de palhaço, os manifestantes levaram instrumentos, faixas e cartazes com frases de protesto. Evitou-se o uso de referências partidárias. "Voto secreto, não, eu quero ver a cara do ladrão", era um dos gritos em referência à recente absolvição, em votação secreta, da deputada Jaqueline Roriz pelos colegas de Câmara. Ela sofreu processo por ser flagrada, num vídeo, recebendo dinheiro vivo do esquema de corrupção no DF. "A absolvição dela foi o estopim para essa marcha", disse o estudante Marcos Maia, 18, um dos organizadores do protesto.

A rede social "Facebook" foi a principal ferramenta de convocação do protesto, lembrou Luciana Kalil, 30, da organização da manifestação. Vestida de preto, a aposentada Alzerina Salles Pereira, 66, celebrou a marcha. "Aqui no Brasil o dinheiro sobra para poucos, enquanto muitos passam fome", disse.

Em São Paulo, milhares de pessoas tomaram a Avenida Paulista em manifestações foram organizadas por grupos distintos. O grupo identificado como “caras pintadas”, por exemplo, partiu do vão do Masp e, por volta das 10h, seguiu para a Praça dos Ciclistas. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que a passeata ocupou apenas uma faixa da avenida. Entre os pleitos dos manifestantes estavam críticas à absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) pela Câmara dos Deputados – a deputada foi gravada recebendo dinheiro do operador do mensalão do DEM, Durval Barbosa –, e ao voto secreto, que permitiu a absolvição da deputada. Os manifestantes também apoiaram a “faxina” que a presidente Dilma teria iniciado ao aceitar os pedidos de demissão dos ex-ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Wagner Rossi (Agricultura).

Em Belém, pouco mais de 300 pessoas participaram do protesto, que também se manifestaram contra a construção da usina de Belo Monte e a divisão do estado do Pará. Os organizadores esperavam mais gente. Os manifestantes tentaram invadir a avenida Presidente Vargas, mas foram contidos pela polícia. O protesto acabou se concentrando na avenida Nazaré, paralela ao local dos desfiles cívicos desta quarta-feira.

Confira matéria publicada nesta terça-feira pelo Brasil 247:
 
Mais de 75 mil pessoas confirmaram presença via redes sociais nas cerca de 40 manifestações contra a corrupção marcadas em todo o país para este feriado de 7 de setembro. Confirmados, os protestos devem compor a maior e mais abrangente manifestação pública de repúdio aos maus feitos da história recente do país. Mas você vai mesmo trocar seu dia de descanso por uma passeata ao sol ou à chuva? Ah, a previsão é de sol para a maior parte do país.

O surgimento das redes sociais cibernéticas facilitou a organização de manifestações públicas, como as passeatas previstas para este feriado da Independência, mas também criou a possibilidade de ser ouvido ou lido sem precisar sair de casa. O Facebook e o Twitter têm contado inúmeras mensagens de protesto desde que começaram a surgir as denúncias de irregularidades nos ministérios dos Transportes, Turismo e Agricultura. Mas, ao contrário do que ocorreu em países como o Chile ou a Inglaterra recentemente, os brasileiros não saíram às ruas em número (ou com ânimo o bastante) para incomodar o governo. O que teria mudado nos últimos dias para acreditarmos na ocorrência de um protesto em massa em mais de um lugar ao mesmo tempo? Só no Facebook foram criadas 10 comunidades para agendar manifestações, mas e se a mera manifestação virtual do desagrado tiver bastado?

Uma contagem informal revela que são 38 os protestos marcados, espalhados por 35 cidades diferentes. Em São Paulo, há um protesto marcado para as 9h e outro para as 14h, ambos no mesmo lugar, em frente ao Masp, na Avenida Paulista. O ponto de encontro principal no Rio de Janeiro é a Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, mas há outros três pontos de mobilização espalhados pelo estado. Minas Gerais conta cinco passeatas programadas – a da capital, Belo Horizonte, está agendada para a Praça da Liberdade.

Em Brasília, onde a presidente Dilma Rousseff comparece ao tradicional desfile do 7 de setembro, 10 mil pessoas confirmaram presença na manifestação marcada para o Museu Nacional às 10h. Outros 23 mil prometem se reunir no gramado em frente à Rodoviária, também próximo á Esplanada dos Ministérios. São esperados ainda membros de 20 movimentos que vão participar do 17º grito dos excluídos. Eles devem se juntar aos 35 mil brasilienses esperados para acompanhar o desfile.
 
Fonte: Brasil 247

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