quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Enquanto milhares de pessoas discutem o caminho para preservar a Terra o Ceará dá mais um passo para trás e inventa uma siderúrgica movida a carvão


om solenidade concorrida ontem no Pecém foi dado o primeiro passo para o início das obras da tão sonhada, festejada, salvadora, elogiada, aguardada siderúrgica do Ceará. Com a promessa de milhares de empregos diretos e indiretos (e só!) o Governo do Estado do Ceará (Cid Gomes e redondezas) mais uma vez passou por cima de tudo e de todos.
No projeto inicial da tal de siderúrgica a energia necessária para impulsionar o empreendimento era à base do fornecimento de gás natural (ecologicamente mais correto). No entanto, diante múltiplas negociações para trazer a força esta empresa que a propaganda oficial diz que mudará a realidade do Ceará (realidade de quem é que não sabemos!) o projeto do fornecimento de energia mudou para combustão de carvão mineral (para baixar os custos de quem vai gerir a siderúrgica do Ceará, e viabilizar o negócio para alegria de muitos empresários cearenses que agora farão mais negócios milionários).

Para tentar calar a boca da opinião pública diante o caos e o escândalo da poluição liberada pelo Governo, tentam passar a idéia de que a siderúrgica do Ceará irá usar os recursos da mais moderna tecnologia para não ter problema com a poluição. Mas, onde já se viu carvão mineral não poluir? A população do Pecém que nem sabe se será beneficiada com esta obra (já que é preciso mão de obra qualificada) irá perder muito com as possíveis doenças ocasionadas pela ininterrupta poluição promovida pelo carvão mineral.
“Não há gás natural suficiente em oferta no mercado... ...o carvão mineral será adotado, o que exigirá, no entanto, ações para minimizar problemas com a emissão de CO2... ...virão compensações” era o que se ouvia dos gestores do empreendimento e do Governo do Estado. Quero ver se alguns destes que falaram isso ontem vão morar no Pecém e região depois que a empresa estiver operando com todas suas forças!
Quais seriam estas compensações comunicadas pelos gestores da siderúrgica? Máscaras para os habitantes da região atingida diretamente pela infinita poluição? Colorir o céu de azul e esconder a fumaça negra que embrenha pelas nuvens e caem de volta ao mar? Perfumar todo o ar que circulará na cidade atingida? Retirar desde os Índios Anacés até a população nativa do Pecém e afastar a quilômetros de distância dali? Enquanto os países do primeiro mundo não aceitam mais este tipo de geração de energia, em pleno COP 15, o Ceará e seus governantes passivos a morte aceitam de mãos beijadas este atraso para a humanidade. Ache bom ou ache ruim, cadê os ambientalistas cearenses? Estão em Copenhage?, é isto!

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