domingo, 20 de dezembro de 2009

José Sarney não pode passar impune


Publicado por Adriana Vandoni em 20/12/2009 às 11:00 hs.

(Giulio Sanmartini) Será o máximo da degradação do poder legislativo se o escândalo dos atos secretos termine sem responsáveis e sem punidos. Sob esse prisma e temendo o clamor público, a Comissão Disciplinar do Senado que investiga a responsabilidade pela edição dos atos secretos, decidiu nesta sexta-feira (18/12) recomendar o indiciamento do ex-diretor-geral Agaciel Maia

No entendimento da comissão, Agaciel cometeu pelo menos três crimes administrativos. O ex-diretor pode ser demitido, pois é irrefutável que Agaciel tenha agido irregularmente com as normas do serviço público ao utilizar o cargo em benefício próprio ou de terceiros, negar a devida publicidade a questões administrativas, além de ter deixado de cumprir seu dever, cometendo o crime de improbidade administrativa por não impedir a ação ou omissão de seus subordinados.

No texto é apontado ainda que os atos secretos trouxeram danos à imagem e credibilidade do Senado.

Nada de excepcional, a punição de criminosos deve ser um ato normal, o anormal é a não punição. Espera-se que Agaciel pague por seus crimes. Mas aí surge uma pergunta: E José Sarney (PMDB-AP) presidente do Senado e padrinho político de Agaciel, como é que fica?

Seu envolvimento nos atos secretos estão devidamente provados. Há um grampo telefônico onde Sarney fala com seu filho Fernando negociando a nomeação do namorado de sua filha para uma vaga no Senado.

No rol de nomeações secretas consta o neto d senador, João Fernando Michels Gonçalves Sarney, de 22 anos, que sem qualquer qualificação – nem formado ele é – foi nomeado secretamente a pedido do avô, para exercer o cargo de assessor parlamentar do senador Epitácio Cafeteira, com salário mensal de R$ 7.600,00, sem que fosse necessário comparecer ao local de trabalho.

Sarney garante que desconhecia o fato de que seu neto trabalhava no Senado. É uma meia verdade, já que João Fernando efetivamente não trabalhava. Ele apenas recebia. No gabinete de Cafeteira, ninguém conhece o rapaz.

Seria uma injustiça uma punição indispensável para Agaciel e Sarney passar limpinho tendo culpa igual.

(*) Texto de apoio: Márcio Falcão

Nenhum comentário:

Postar um comentário