segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Camargo Corrêa é a campeã de contrato$: Cinco empreiteiras já receberam R$ 243 mi de Kassab


Cinco empreiteiras responsáveis pelas doações na campanha de 2008, que levaram à cassação de mandato do prefeito Gilberto Kassab (foto) do DEM e de sua vice, Alda Marco Antonio (PMDB), em primeira instância pela Justiça Eleitoral, somam R$ 243 milhões em contratos já pagos pela Prefeitura de São Paulo desde 2009, início da atual gestão. O valor dos contratos pode ser superior, já que nem todos foram ainda 100% executados.

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• Relatório aponta que um terço de dinheiro de campanha de Gilberto Kassab foi ilegal

O montante recebido pelas empreiteiras desde janeiro de 2009 corresponde a 12% de todo o investimento feito pela Prefeitura no ano passado: R$ 1,98 bilhão. Os dados estão disponíveis no site De Olho nas Contas, da Prefeitura. Juntas, Camargo Corrêa, OAS, Carioca Christiani Nielsen, Engeform e S/A Paulista doaram R$ 6,8 milhões para a campanha de Kassab à reeleição. No último ano, elas obtiveram contratos com secretarias da administração municipal que superam o valor doado em 3.400%, segundo levantamento feito no site.

Maior doadora do comitê do DEM, com R$ 3 milhões, a Camargo Corrêa é a campeã em valor de contratos: R$ 83,2 milhões. Os maiores foram assinados com as Secretarias de Educação e Habitação, para a construção de Centros Educacionais Unificados (CEUs) e urbanização de favelas. Segundo o advogado do DEM, Ricardo Penteado, e da Prefeitura, as doações "estão dentro da lei" e os contratos "obedecem a processos de concorrência".

Além das cinco construtoras, Serveng Civilsan e CR Almeida - que não têm contratos com a Prefeitura no período -, Banco Itaú e a Associação Imobiliária Brasileira (AIB) complementam as doações consideradas ilegais pela Justiça Eleitoral à campanha do prefeito, totalizando R$ 10 milhões. O valor equivale a 33,6% dos R$ 29,8 milhões arrecadados pela coligação Kassab/Alda em 2008.

Foi por atingir mais de 20% do total recebido na eleição de doações supostamente ilegais que Kassab e Alda foram cassados pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloísio Sérgio Resende Silvera. Para o magistrado, a arrecadação irregular acima desse limite configura "abuso de poder econômico" na eleição de 2008, que "altera a vontade do eleitor". A sentença deve ser publicada amanhã, no Diário Oficial de Justiça. Yahoo/O Estado de S. Paulo
Postado por José San Martín Caminã Neto às 10:20

Relatório aponta que um terço de dinheiro
de campanha de Gilberto Kassab foi ilegal

Total proveniente de "fontes vedadas" na campanha do prefeito é de mais de R$ 10 milhõe


Mônica Aquino, do R7


Gilberto Kassab (DEM) usou pouco mais de R$ 10 milhões ilegais na campanha de 2008, quando foi eleito prefeito de São Paulo. O dinheiro equivale a 33,87% de todo o dinheiro arrecadado pelo candidato, segundo relatório da Justiça Eleitoral de São Paulo de outubro de 2009.

No total, o Comitê Financeiro Único do DEM – responsável pela campanha do prefeito - arrecadou R$ 29.788.531,56. A maior parte das doações não foi feita para o candidato, mas para o diretório nacional do partido. No entanto, 93,65% (R$ 27.896.586,85) do dinheiro usado na campanha de Kassab teve como origem o diretório do partido.

Entre as chamadas “fontes vedadas”, que não poderiam fazer doações ao candidato, estão a AIB (Associação Imobiliária Brasileira), a empresa Serveng Civilsan, as construtoras Camargo Corrêa, OAS, CR Almeida, e o banco Itaú S.A. As empresas SA Paulista, Carioca Christiani Nielsen e Engeform doaram dinheiro ao Diretório Nacional do DEM e também são “vedadas” pela Lei Eleitoral.

De acordo com a Lei Eleitoral, entidades de classe e empresas que têm contratos com o poder público não podem fazer doações.

O R7 procurou todas as empresas para comentar a acusação. A Camargo Corrêa afirmou que “não é concessionária de serviços públicos em São Paulo”. A CR Almeida disse que “não se enquadra entre as fontes vedadas” e que “demonstrou e comprovou que as doações realizadas são perfeitamente legais. A Serveng informou que “suas contribuições para campanhas eleitorais cumprem todas as regras do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A Carioca Christiani Nielsen disse que todas suas doações “foram realizadas dentro dos marcos legais da legislação eleitoral vigente”.

O Banco Itaú, a OAS e a AS Paulista não responderam até a publicação desta reportagem.

A reportagem não localizou nenhum representante da AIB e da Engeform para comentar.

Saiba quanto cada um doou para a campanha de Kassab

AIB - R$ 2,7 milhões (R$ 2,4 milhões para o diretório nacional do DEM e R$ 300 mil para o comitê financeiro único do DEM)
OAS - R$ 800 mil (para o comitê financeiro único do DEM)
CR Almeida - R$ 1 milhão (para o comitê financeiro único do DEM)
Serveng Civilsan - R$ 1,2 milhão (para o comitê financeiro único do DEM)
Camargo Corrêa - R$ 3 milhões (para o comitê financeiro único do DEM)
Itaú - R$ 550 mil (para o comitê financeiro único do DEM)
SA Paulista - R$ 500 mil (para o diretório nacional do DEM)
Carioca Christiani Nielsen - R$ 100 mil (para o diretório nacional do DEM)

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