quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Novo cangaço´ tem repercussão nacional.

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EM JANEIRO PASSADO, bandidos fizeram um arrastão em Pedra Branco. Desmaios, gritos e pânico nas ruas.
EDILTON FERREIRA
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Fac-símile da capa do jornal, edição de ontem, sobre a interiorização do crime nos Municípios cearenses
22/9/2010
O aumento da criminalidade nos municípios do Interior preocupa diversos segmentos sociais
Fortaleza. Leitores de diferentes Estados do País manifestaram indignação quanto à falta de segurança pública nos municípios cearenses, o que favorece o aumento da criminalidade no Interior, conforme manchete do jornal "Novo cangaço instala medo no interior do Ceará", a partir de reportagem de capa deste caderno. A maioria dos pontos de vista são de indignação pela facilidade propiciada aos bandidos por conta da falta de estrutura policial no Interior.

"É a decadência da Política de Segurança Pública dos atuais governantes, que só pensam em auto-promoção e se esquecem do básico para o povo", comenta J. Arteiro Cacau, de São Pedro da Aldeia (RJ). "A criminalidade não deixa de ser um reflexo da situação econômica, política e social, e quem paga as contas são os trabalhadores, que se contentam com salários miseráveis", opina Silva Macedo, de São Paulo (SP).

No Ceará, os comentários também foram de revolta. "O tempo passou e tudo está voltando aos velhos tempos de Lampião, até na zona rural, onde considerava-se tranquila e pacata, perdeu-se o sossego e nada vem sendo feito. Precisamos de mais policiais, segurança e de viaturas menos luxuosas como se vê, com pouca ação", escreve Valderi Leite, de Iguatu (CE).

"O destacamento policial de Potengi ainda registra seus boletins de ocorrência nos destacamentos de Crato e Juazeiro do Norte, que ficam a 1hora e 20minutos do referido Município, tornando a segurança deficiente por depender de lugares mais distantes", lembra Luciano Custódio, de Pontengi (CE).

Mais opiniões

A reportagem obteve ampla repercussão na região Centro-Sul. Emissoras locais de rádio debateram, ontem, a temática do aumento da criminalidade que passou a ser caracterizada como uma nova forma de cangaço, pelo próprio comandante de Policiamento do Interior, coronel Francisco de Araújo Andrade.

O delegado Regional de Polícia Civil de Iguatu, Agenor Freitas de Queiroz, observou que os assaltos ocorrem em cidades pequenas onde há reduzido efetivo policial, em média, três homens, e nos dias em que há maior disponibilidade de dinheiro. "É preciso atuação do serviço de inteligência para prevenir o crime e identificar os bandidos porque, na maioria das vezes, os assaltantes não são identificados nem presos".

O major Cláudio Mendonça, que dirige os trabalhos do Ronda do Quarteirão nos municípios da região de Crateús, confirma que a situação atual de assaltos e quadrilhas penetrando no Interior é muito preocupante. Ele cita a sensação de impunidade como fator influenciador na realidade de violência. "Aumentar o efetivo de policiais militares e civis é uma saída, pois permitirá um combate maior e ações de prevenção", diz.

A repercussão de uma denúncia tem gerado outras. Acúmulo de funções é uma das principais críticas de policiais militares ao problema da insegurança. A Polícia Militar, que tem por missão fazer o trabalho ostensivo e preventivo, acaba tendo que ser investigativa também. Nada bom para a população de Quixeré, cidade do Vale do Jaguaribe que não tem delegacia e registra, semanalmente, assaltos, roubos e furtos, e ainda faz divisa com o Rio Grande do Norte, tornando-se ponto de passagem para bandos de criminosos interestaduais. "A falta de efetivo policial civil aumenta a nossa responsabilidade e fazemos ações que não seriam de nossa função, mas executamos da melhor forma possível, pelo dever de servir à comunidade", afirma major Claudemir, comandante da IV Companhia de Policiamento de Limoeiro, responsável por quatro cidades. O major defendeu que matérias jornalísticas como essa podem esclarecer ao cidadão o que é responsabilidade de cada Polícia.

Para o cel. Gomes Filho, comandante do 2º BPM de Juazeiro do Norte, predominam os pequenos furtos, que estão relacionados com os problemas sociais, notadamente a falta de emprego e o tráfico de drogas. Ele acrescenta que houve uma redução de 40% nos crimes praticados na região. O último assalto a banco foi registrado em 2004. Outro problema, segundo o comandante, é a população flutuante de Juazeiro. "Todos os dias chegam pessoas de fora que terminam se enveredando no submundo do crime".

Para o comandante do 3º Batalhão Policial Militar com sede em Sobral, Gilvandro Oliveira, a realização constante de blitzes e barreiras tem tornado a situação na Zona Norte sob controle, apesar de algumas ocorrências nesse aspecto de assaltos contra agências bancárias, postos dos Correios e casas lotéricas. "Como o maior número de ocorrências se concentra em municípios próximos à Varjota, estamos atuando com mais frequência nessa região, monitorando algumas pessoas com passagem pela polícia.

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