segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Aumento do salário mínimo não repõe perdas de inflação no período, diz Dieese.


O reajuste nominal de 5,88% que o governo federal prevê para o salário mínimo, passando de R$ 510 para R$ 540, não repõe nem a inflação do período. Cálculos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam que, caso o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) feche em 0,6% em dezembro, o acumulado do ano ficaria em 6,47%. Haveria, portanto, uma perda de 0,55% em relação ao INPC. Para garantir ao menos a reposição da inflação, o valor do novo mínimo deveria ser de R$ 543.

O coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, explica que, quando o novo valor foi definido pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso, entre agosto e setembro, ele contemplava até mais que a inflação. “Na época, se apenas a inflação fosse reposta, o valor seria de R$ 438 e foi arredondado para R$ 540. O problema é que a inflação subiu muito nos últimos três meses, por isso estamos estimando essa perda”,afirma
.
Diante da estimativa negativa apresentada pelo Dieese, é possível que as centrais sindicais busquem um entendimento com a equipe da presidente eleita Dilma Rousseff. O que as centrais defendiam era um mínimo de R$ 580, mas o governo não arredou o pé e sustentou que o o novo valor não passaria de R$ 540. A medida provisória que estabelece o valor de R$ 540 a partir de 1º de janeiro foi assinada na quinta-feira (30) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A perda de 0,55% interrompe uma trajetória de aumentos reais (acima da inflação) sofridos pelo salário mínimo desde 2003. Apesar disso, considerando o valor de R$ 540, o aumento real acumulado no período (2003-2011) alcançaria 52,83%, percentual que o Dieese considera bastante significativo.

A campanha de valorização do salário mínimo foi deflagrada pelas centrais sindicais em 2004 e de lá pra cá os resultados têm sido positivos. Foi acordada, por exemplo, uma política permanente que prevê, além do repasse da inflação, o aumento real pela variação do Produto Interno Bruto (PIB) e a antecipação da data-base a cada ano até ser fixada em janeiro. (informações do pernambuco.com)

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