domingo, 31 de julho de 2011

Ação de combate à corrupção e à impunidade.

A entidade considera que a política moderna deve se orientar pela crença de que o único viés capaz de controlar o interesse público é através da sociedade civil organizada.



Acecci foi criada por grupo de interessados em assumir suas prerrogativas constitucionais de zelar pelo patrimônio coletivo (KLÉBER GONÇALVES)
 
“O cidadão sempre acha que ‘não, isso não é comigo’. Mas eu, sozinho, não vou fazer nada”, diz o comerciante Francisco de Assis Soares, 61. Convicto de que o combate à corrupção no Poder Público extrapola os limites do controle institucional, ele canaliza a crença do dever de participação dos sujeitos em um movimento organizado. E a difícil, mas possível e imprescindível, tarefa de revelar e tornar públicas irregularidades na gestão do dinheiro e dos interesses da população é tratada como uma iniciativa de toda a sociedade.

A intitulada Ação Cearense de Combate à Corrupção e à Impunidade (Acecci) nasceu de um grupo de pessoas interessadas em assumir suas próprias prerrogativas constitucionais de zelar pelo patrimônio coletivo. Do curso oferecido pela Fundação Demócrito Rocha, em 2009, com o tema “Controle social das contas públicas”, se costurou o movimento que, hoje, sinaliza que pode tornar-se referência de contribuição social no Ceará.

Eles podem ser entendidos como uma mediação entre o controle social popular e os órgãos de fiscalização institucionalizados. Munidos de conhecimentos sobre onde obter informações e interpretar gastos e ações na nossa estrutura política, os membros do movimento traçam uma ponte até a imprensa, o Ministério Público e os tribunais de contas

Política moderna


Assis se orienta pela crença de que o único viés capaz de controlar o interesse público é através da sociedade civil organizada. E isso feito a partir do que ele chama de um pensamento moderno do Estado: “é o gestor público atuar verdadeiramente como gestor público. Se ele atua corretamente, consegue promover o desenvolvimento do município dele e, automaticamente, vai beneficiar o coletivo e ele próprio, como político”, explica.

Para isso, o comerciante ressalta que é preciso capacitação e atribuição técnica, para dar conta de destrinchar o que burla ou não o exercício regular do Poder. “Hoje, quando se cria um programa de governo, como o ‘Luz para Todos’, o ‘Programa Saúde da Família (PSF)’, que utiliza verbas públicas, os fraudadores já estão bolando como fraudar licitações. Essa turma é altamente preparada tecnicamente para o mau caminho”, contrapõe. Enquanto fiscaliza e denuncia atos de corrupção dos governos, Assis diz que a única proteção que os membros da entidade contam hoje é a “divina”, afirma. (MB).

Fonte: O POVO Online/OPOVO/Politica

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