quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Até quando suportaremos tanta corrupção?



 Por Henrique Cézar

O escritor Machado de Assis dizia que “A vaidade é um princípio da corrupção”. No Brasil, a vaidade de quem ocupa o poder se misturou com a impunidade para os mesmos e faz hoje um país politicamente sem credibilidade. 



Pelos últimos acontecimentos, que motivaram a eclosão de uma crise ministerial no governo Dilma, Mário Covas tinha razão quando afirmava que "A corrupção na administração pública agora é organizada e quase partidarizada”.    
 

Com quase oito meses de governo, a presidente Dilma Rousseff já assistiu algumas crises e viu-se obrigada a demitir e trocar ministros, acusados de corrupção. Após o suposto enriquecimento de Antônio Palocci e a máfia dos transportes, que seria comandada por Alfredo Nascimento, foi à vez de Wagner Rossi deixar a agricultura, também acuado pelas denúncias de desvio do dinheiro público. Vale ressaltar, ainda, as mudanças com motivação política, como Nelson Jobim, Ideli Salvatti e Luiz Sérgio.
 
Entretanto, as quedas e denúncias ainda não se encerram. No centro da guilhotina está o Ministro do Turismo, Pedro Novais, que certamente não conseguirá se manter no cargo, após os possíveis problemas da pasta na liberação de recursos. Além disso, nos últimos dias, novas denúncias atingiram o Ministério das Cidades, controlado pelo PP de Mário Negromonte, e também o Ministério das Comunicações, na pessoa de seu ministro, Paulo Bernardo. Em contra partida, a oposição reage e tentar emplacar uma CPI, com o intuito de aprofundar as denúncias que já provocaram diversas demissões e exonerações, o que fez a opinião pública a denominar o momento de “Faxina da Dilma”. 

Em quanto isso, a vizinha Campinas também sofre por ventura da corrupção. Após a denúncia da existência de um esquema de corrupção com fraudes em contratos e licitações, o então Prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio do PDT, sofreu processo de impeachment e teve seu mandato cassado pela Câmara de Vereadores. Aproveitando a comemoração democrática e cidadã da população, considerando uma vitória a cassação de um Prefeito que supostamente estaria envolvido em irregularidades, o vice prefeito, Demétrio Vilagra, do PT, assumiu a prefeitura já com a ameaça de ter o mesmo destino do antecessor: Ser cassado. Vilagra parece estar tão envolvido no escândalo político responsável pela crise política de Campinas quanto o ex-prefeito, já que foi preso no início da operação da Polícia Civil e responde a investigações.   Em síntese, apenas para se ter uma ideia do caso, Dr. Hélio foi cassado por não ter mais condições morais para sustentar um governo, já que seu secretariado seria responsável pelas irregularidades. Agora, qual a condição moral de Vilagra, que já foi até preso, para administrar e conduzir o governo? 
         
Em meio a mais uma crise envolvendo a moralidade política, fato já constante e frequente, um grupo de parlamentares independentes, liderados pelos senadores Pedro Simon e Cristovam Buarque, passou a apoiar a “faxina” da presidente Dilma. Querem “dar a chance” para a presidente combater a corrupção.
           
Definitivamente, a política brasileira tornou-se sinônimo de hipocrisia e demagogia. O senador tucano Aécio Neves, por exemplo, classificou como "slogan de campanha" a faxina ética de Dilma, que já prova ser técnica, e não política como o companheiro Lula, que tenta enfrentar a base aliada para “diminuir” a estrutura mafiosa criada na máquina pública. Se a faxina de Dilma é uma incógnita, sabemos que uma possível CPI não servirá para absolutamente nada, assim como a CPI dos CORREIOS, do mensalão, da CBF e de tantas outras.  

Mais que exonerações, faxinas, CPIs e gritos da oposição, precisamos de mudanças radicais na legislação brasileira, endurecendo-a contra a corrupção e punindo rigorosamente aqueles que impedem o desenvolvimento do país e a igualdade social. O motivo pelo qual nossos nobres parlamentares não tomam tais iniciativas já sabemos, não sejamos repetitivos.

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