sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aviso aos governantes.


No quarto século antes de Cristo, um estadista indiano, de nome Kautilya, escreveu um tratado em sânscrito codificando as normas do bom governo. Essa obra, de caráter prático, tem pontos de contato interessantes com o pensamento de Maquiavel.

Kautílya preocupou-se com a nomeação dos ministros, mas deu atenção especial à conduta dos servidores públicos e, sobretudo, aos desvios de tributos por funcionários corruptos.

Como se observa, a prática da corrupção é algo que acompanha o homem ao longo de toda a sua trajetória.

Ao contemplarmos essa dura realidade, chegamos à conclusão de que somente através da formação da consciência e do caráter do cidadão é que a humanidade poderá caminhar na direção do seu verdadeiro desenvolvimento e realizar a justiça e a paz entre os homens. E isso somente será obtido por meio da tradição familiar e da religião, únicos transmissores de valores éticos, convicções e costumes.

O Brasil deveria estar mais atento ao problema da corrupção . Se essa prática não for reduzida, o País dificilmente eliminará a miséria e a justiça não fincará suas raízes. A cada dia que passa, mais escândalos vêm à tona e os recursos destinados ao bem-estar da comunidade permanecem nas mãos dos inescrupulosos.

Ao invés de barrar as investigações em torno dos desvios do dinheiro público, os governantes deveriam incentivar essa apuração. No Ceará, os representantes do povo impediram uma CPI acerca da questão do furto do dinheiro destinado à construção dos banheiros.


A nível federal, os governantes não permitiram uma CPI para apurar o escândalo no Ministério dos Transportes. Não demorou muito, outro rombo foi descoberto no Ministério do Turismo.


O que é triste, porém, é que de tudo isto não decorre consequência para os desonestos. Eles permanecem impunes e os milhões desviados não retornam aos cofres da União. Palocci, o lobista Júlio Fróes e muitos outros estão aí prestigiados e aptos a galgar posições partidárias e administrativas importantes.

Fonte O povo online
Pedro Henrique Antero - Professor de Ciências Políticas
phantero@gmail.com

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